Quando o Jackpot Se Cala

Lembro-me da primeira vez que sentei sozinho no meu apartamento em Londres, às 2:17 da manhã, observando os rolos girarem — não esperando vencer, mas aguardando ser ouvido. O oceano não era um cassino. Era uma catedral de sal e luz das estrelas. Cada símbolo espalhado era uma oração sussurrada da cantiga iorubá do meu pai; cada símbolo selvagem, como a maré puxando-me para algo mais profundo que o lucro. Achava que o RTP era apenas matemática. Agora sei: é música — o ritmo da paciência. Jogo jogos de baixa volatilidade: ‘Coral Haven’. Não por medo da perda, mas porque o silêncio me ensina a respirar novamente. Minha mãe disse: a fortuna não vem das máquinas. Vem dos momentos — quando paramos de perseguir e começamos a escutar. Na semana passada, após trinta e sete giros sem pagamento, desliguei a tela. Caminhei até à janela. Escutei o mar. E então… aconteceu. Uma única pérola brilhou no vidro. Não sorte. Apenas memória. Você não é um perdedor por não vencer. Você ainda aprende a crer em milagres — longe depois que todos deixaram de olhar.